terça-feira, 25 de outubro de 2011
quarta-feira, 18 de maio de 2011
A Árvore e o Hippie.
(Um mini conto de fadas)
Encantada com o amor à natureza que demonstrava o hippie, a árvore, apaixonada, interrompeu o papo que levavam e fez a proposta:
- Casa comigo!
Impressionado com o pedido, o hiponga, imaginando vírgulas, derruba a árvore e com ela constrói uma casa na floresta. Viveu feliz para sempre.
Encantada com o amor à natureza que demonstrava o hippie, a árvore, apaixonada, interrompeu o papo que levavam e fez a proposta:
- Casa comigo!
Impressionado com o pedido, o hiponga, imaginando vírgulas, derruba a árvore e com ela constrói uma casa na floresta. Viveu feliz para sempre.
quarta-feira, 4 de maio de 2011
Microcosmo
Quando o milagre nasceu nos teus olhos
e um tremendo brilho infestou o recinto,
esperaram todos para que Ela falasse.
Não, não éramos mais alguém,
eramos nós, absolutos.
Dolentes e ensimesmados,
na letargia que a tarde emanava,
criávamos algo novo e milagroso
e esperávamos, piamente, que o milagre nos tocasse
e o medo por tudo o que não era nosso desaparecesse.
.............
Publicado, também, lá no Nego Dito.
quarta-feira, 20 de abril de 2011
A cicatriz de cada um
Caminhava apressado pelas ruas do centro da cidade. Apertadas, como toda rua antiga que se preze; e cheias de gente, como todas as ruas logo após as seis da tarde. No meio daquela mixórdia de gentes e carros e semáforos e buzinas e “dá licenças”, encontrou um vendedor de rosas.
“Boa noite. Eu quero meia-dúzia, por favor.”
“Boa noite. Vou ficar devendo a embalagem pro senhor, tem problema?”
“Não. Nenhum. Eu levo assim mesmo.”
"Doze Reais."
"Toma quinze, fica com o troco."
“Obrigado. E cuidado com os espinhos, podem machucar!”
“Tá bom, eu tomo cuidado. Obrigado. Até mais.”
Seguiu caminho e, mesmo segurando as rosas com cuidado, elas ainda lhe furavam os dedos. Olhava o relógio e pensava: “É, não vai ser bom chegar atrasado e ainda oferecer espinhos para a patroa. Logo encontro uma papelaria e tudo se resolve.”
Enquanto andava e vasculhava apresado as vitrines e placas dos estabelecimentos todos, sem ver papelaria alguma, ouviu aquela voz pequena:
“Hummm, vai levar flores pra namorada!”
Freou. Olhou ao seu lado, uma mulher lhe sorria meio encabulada. Mas foi ao olhar para baixo que encontrou a dona da voz, uma garotinha de uns 7 anos de idade.
“Não vai?” – insistiu a garotinha.
“É, eu vou sim. Mas, ó, essa aqui é pra você!”
E, estendendo uma das rosas para a pequena, completou:
“Mas, cuidado! Tem espinhos, tá?”
A garotinha aceitou, envergonhada, e cuidadosamente acolheu a rosa em suas mãos pequenas, ao mesmo tempo que, sem saber o que fazer, olhava para sua mãe, esperando alguma ajuda. A mãe agradeceu, sorrindo, surpresa com o inusitado acontecimento, o que foi prontamente imitado pela criança.
Mas o tempo urge, e não há sorrisos que o façam parar. Despediram-se todos e saíram daquele pequeno e instantâneo universo cordial, seguindo cada qual para o seu lado.
Depois de, finalmente, conseguir embalar o restante das rosas com um jornal todo escrito em japonês – foi o melhor que conseguiu –, chegou em tempo para o encontro. Tudo havia se resolvido por aquela noite.
Por muito tempo assim ficou.
Uma década mais tarde, estava o mesmo rapaz, agora já um jovem senhor, sentado num banco de praça, fumando seu charuto e rindo da vida, quando chega uma jovem moça que diz:
“Oi... licença...”
“Pois não.”
“Foi você, não foi?... Você, há uns dez anos atrás, me deu uma rosa, não foi?”
“Ora, então você é aquela garotinha? Que surpresa! Fui eu sim, mas... Como que você me reconheceu?”
“Eu nunca me esqueci do seu rosto. E dessa cicatriz que você tem no pescoço.”
“É, ela tem uma boa história, vai até peito... mas... mas deixa pra lá! Acidente de percurso. E como vão as coisas com você? E sua m”
Mal teve ele tempo de terminar a frase e já sentiu um grande e ardido tapa no rosto.
“O que é isso?! O que você tá fazendo?!” – assustado, indaga a garota.
“Eu me machuquei com aquela rosa!”
“Mas eu te avisei dos espinhos!”
E já estava falando pras costas da garota, que ia embora sem olhar pra trás. Insistiu, levantando e gritando:
“Eu te avisei! Eu avisei que teria espinhos!”
...............
Ps: Conto escrito especialmente para o lançamento do site Nego Dito, sob o título de "Dos conselhos que insistimos em não seguir".
terça-feira, 19 de abril de 2011
Programa Upload - TV Transamérica
E no dia seguinte ao show com os camaradíssimo do Supercolor, no Music Hall, em Curitiba. Demos uma passada na TV Transamérica, alí mesmo na capital paranaense, e comparecemos no programa Upload. Ele foi transmitido ao vivo no dia 08. Foi bem jóia fazê-lo. Espero conseguir voltar lá em breve.
segunda-feira, 7 de março de 2011
A Verdade Sobre as Cidades
Somaram-se em sonhos os casais
Casas e vilas criaram
Uniram-se as vilas em cidades
Cidades que nos separam
terça-feira, 22 de fevereiro de 2011
Ninguém Viu.
(um pequeno conto de terror)
Fazia horas que vagava pelo pátio do Colégio sem encontrar viva alma. Ninguém. As aulas haviam terminado há horas e ele estava preso alí. Sua mãe devia estar muito preocupada. Enquanto vagava, pensava numa forma de chamar atenção e em quando descobririam seu corpo afogado, boiando na fossa do fundo do colégio, onde havia caído naquela tarde.
terça-feira, 15 de fevereiro de 2011
Do Que É e Do Que Deveria Ter Sido.
No finalzinho da tarde resolveu fazer compras. Ia receber alguns amigos em casa e seria uma ótima chance para reabastecer sua geladeira com aquela cerveja holandesa.
Entretido com as compras, colocava as holandesas no carrinho do mercado e pensava: "Mas aquelas dinamarquesas eram bem melhores... pena que não as vendem mais." E foi enquanto migrava do setor alcoólico para o dos petiscos que a encontrou. Um aceno de cabeça e um "Oi" cordial. "Ela, por aqui! Que mulher! Se ela for tão boa gente quanto bonita, eu largo essa vida boêmia por algo mais tranquilo com ela" - pensou. Mas eles nunca haviam conversado, só sabiam da existência um do outro por esses encontros raros, casuais e, infelizmente, rápidos.
Durante aqueles minutos no mercado se encontraram várias vezes por entre as gôndolas. Pensou até em puxar uma conversa enquanto a viu escolhendo algumas frutas. "Será que ela conhece aquela cerveja dinamarquesa?". Mas ele tinha esse costume de não tomar as decisões corretas na hora certa. A perdeu na sessão de frios.
Restou terminar suas compras, ir ao caixa e... e lá estava ela! No caixa ao lado, cheia de pacotes. Era a chance de ouro! Ofereceu ajuda com os pacotes, aceita com um sorriso que lhe derreteu. "Claro, obrigada...". Foram-se, juntos.
No caminho até o apartamento da garota, a conversa fluia interessante em meio a sorrisos descontraídos e olhares interessados. Haviam muitas afinidades e ela era, sim, muito boa gente. O rapaz se preocupava, pois via a grande possibilidade despedir-se da boemia em breve. "Talvez nem precise... vai que ela também gosta de umas noitadas no bar? Seria genial!".
Agora já sabia onde ela morava. Eram, inclusive, quase vizinhos. "Moro logo ali, na esquina da padaria." - disse ele. E, após entregar as compras, marcaram de se encontrar, naquela mesma noite, pra continuar a conversa. "Me liga às quarenta e dois e oitenta, senhor..." - disse ela.
"Heim!?!"
"Quarenta e dois e oitenta, senhor... dinheiro ou cartão?"
Acordou do transe. Ainda estava no caixa do mercado. "Aí, Caramba! Cartão. Débito. Por favor" - respondeu desolado. Olhou para o caixa ao lado a tempo de só conseguiu acenar um 'tchau' desengonçado e um sorriso - correspondidos, para o seu alívio. Mas não tinha oferecido a ajuda. Não a acompanhou até o apartamento. Conseguiu, da porta do mercado, apenas assisti-la indo embora, longe, cheia de sacolas. Continua sem saber onde ela mora.
Entretido com as compras, colocava as holandesas no carrinho do mercado e pensava: "Mas aquelas dinamarquesas eram bem melhores... pena que não as vendem mais." E foi enquanto migrava do setor alcoólico para o dos petiscos que a encontrou. Um aceno de cabeça e um "Oi" cordial. "Ela, por aqui! Que mulher! Se ela for tão boa gente quanto bonita, eu largo essa vida boêmia por algo mais tranquilo com ela" - pensou. Mas eles nunca haviam conversado, só sabiam da existência um do outro por esses encontros raros, casuais e, infelizmente, rápidos.
Durante aqueles minutos no mercado se encontraram várias vezes por entre as gôndolas. Pensou até em puxar uma conversa enquanto a viu escolhendo algumas frutas. "Será que ela conhece aquela cerveja dinamarquesa?". Mas ele tinha esse costume de não tomar as decisões corretas na hora certa. A perdeu na sessão de frios.
Restou terminar suas compras, ir ao caixa e... e lá estava ela! No caixa ao lado, cheia de pacotes. Era a chance de ouro! Ofereceu ajuda com os pacotes, aceita com um sorriso que lhe derreteu. "Claro, obrigada...". Foram-se, juntos.
No caminho até o apartamento da garota, a conversa fluia interessante em meio a sorrisos descontraídos e olhares interessados. Haviam muitas afinidades e ela era, sim, muito boa gente. O rapaz se preocupava, pois via a grande possibilidade despedir-se da boemia em breve. "Talvez nem precise... vai que ela também gosta de umas noitadas no bar? Seria genial!".
Agora já sabia onde ela morava. Eram, inclusive, quase vizinhos. "Moro logo ali, na esquina da padaria." - disse ele. E, após entregar as compras, marcaram de se encontrar, naquela mesma noite, pra continuar a conversa. "Me liga às quarenta e dois e oitenta, senhor..." - disse ela.
"Heim!?!"
"Quarenta e dois e oitenta, senhor... dinheiro ou cartão?"
Acordou do transe. Ainda estava no caixa do mercado. "Aí, Caramba! Cartão. Débito. Por favor" - respondeu desolado. Olhou para o caixa ao lado a tempo de só conseguiu acenar um 'tchau' desengonçado e um sorriso - correspondidos, para o seu alívio. Mas não tinha oferecido a ajuda. Não a acompanhou até o apartamento. Conseguiu, da porta do mercado, apenas assisti-la indo embora, longe, cheia de sacolas. Continua sem saber onde ela mora.
quinta-feira, 10 de fevereiro de 2011
A incrível história de Nelson (das muitas)
Nelson adorava Futebol, sabia de tudo sobre todos os times. Após a instituição da “loteca”, a famosa Loteria Esportiva, em 22 de janeiro de 1970, passou a jogar - às vezes, várias apostas na semana.
Num domingo, 21 de dezembro de 1980, finalmente ele havia marcado os 13 pontos! Num bolão que participara com o irmão e alguns amigos do trabalho. Finalmente havia faturado na loteria! Seria uma grande alegria para Nelson, que nunca soube disso, havia morrido naquela manhã.
Pode parecer mentira, mas o Nelson em questão é o Rodrigues - escritor, dramaturgo, jornalista e mito inquestionável da cultura nacional. E, realmente, acho que algo assim só poderia acontecer com ele mesmo: o mais legítimo final Nelson Rodriguiano.
terça-feira, 1 de fevereiro de 2011
O Sonhador Que Colhe Beringelas Na Terra Das Flores Murchas
Era 20 de Julho de 2010, eu estava em Porto Velho durante uma turnê com a banda, quando recebi um e-mail com um pedido inegávelmente legal. Era o Jr. Bellé - grande amigo e hermano do aconchegante Ap.80, salve galera! - me pedindo pra escrever o prefácio do livro de poesias dele : O Sonhador Que Colhe Beringelas Na Terra Das Flores Murchas. É claro que aceitei o desafio.
Li o original algumas vezes e, no dia 21 comecei a labuta. Foram 48 horas sem dormir (o deadline era curto e a empolgação era muita), o café era farto e não teríamos shows nos próximos dias... até que saiu. Fiquei orgulhoso! Foi meu primeiro prefácio (não foi fácil...) e saiu bonito. Era basicamente o que o livro me fazia sentir e nas reflexões que ele me provocava.
Você pode conferir o livro e o prefácio que escrevi clicando AQUI e baixando o livro do Bellé que, além de jornalista é poeta, escritor e alimenta um blog com tudo isso, o Gafanhoto Jr.. Vale a visita.
Parabéns pela obra e obrigado pela chance, Bellé!
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