Mãos ao queixo, olha a face refletida
Na janela do automóvel luxuoso
Será sua aquela face estarrecida?!
Fora, outrora, um semblante jubiloso...
Mas, agora, se assemelha a um homem morto
Perderá o seu império, o seu conforto?
Reino erguido da galhofa com o povo
Decorado pelas mãos da inconsequência
Contanto, para si, não houvesse estorvo
Bem dormia sobre as plumas da indolência
Esquivando-se da indecência que criara
Fecha os olhos, mas não escapa à consciência
Vê, agora, um povo enfrene a insurgir-se
Vê, lá fora, um pesadelo a realizar-se
Vê, nos olhos do mendigo que te encara, a sua culpa
Vê, na cara do indigente que te olha, a sua cara
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