quarta-feira, 24 de dezembro de 2008

Então... é Natal!


Eu ainda era bem pequeno quando alguém me disse pela primeira vez que dia 25 de Dezembro era Natal. Antes disso eu me contentava demais em apenas ganhar os presentes sem um motivo aparente. Depois do motivo descoberto, a única informação relevante adicionada à data foi: “É que Jesus Cristo nasceu nesse dia, e tinha uma estrela que levou os reis magos e os presentes até ele”. Ótimo, os presentes também chegavam até mim através do Papai Noel e estava tudo muito bem, eu não precisava saber de mais nada.

Aí a vida vai passando e a gente vai conhecendo as histórias de Jesus, no catecismo, na escola, nos livros mirabolantes de ufologia e afins, nas discussões filosóficas em geral que acontecem nos lugares mais diversos e tudo vai ganhando uma dimensão bem maior, bem mais significativa e bonita. A gente também vai aprendendo sobre o bom velhinho Noel e, poxa... é triste mesmo. Mas não tem crise, quando chega o tempo de Natal, a gente lembra mesmo é dos presentes e da comida. E foi pensando nisso que resolvi dar uma olhada no “algo mais” do Natal, vai que alguém pode fazer um bom uso disso num discurso antes de estourar o champagne ou abrir o peru.

O termo Natal é derivado da palavra latina natalis, que por sua vez deriva dos verbos 'nascor, nascéris, natus sum, nasci', que em latim significam nascer, ser posto no mundo. Melhor sentido não há, afinal a festa toda é por causa de um nascimento deveras importante que chegou a marcar o Ano Zero para uma boa parte do mundo, então não é mesmo um nascimento qualquer. Já a origem do termo 'Christmas', utilizado no inglês (tão difundido entre a gente), remonta à expressão latina 'Cristes maesse', que vertida para o inglês fica 'Christ's Mass", e no bom portugês: ‘Missa de Cristo’.

Tem-se notícias que a primeira celebração do Natal no mundo aconteceu em Roma, no ano 336 D.C. Somando as diversas mudanças de calendário com a ausência de comprovação da real data de nascimento do Cristo, desde os primórdios da celebração do Natal diversas religiões e estudiosos questionaram e criaram novas datas, significados, costumes e ritualísticas diferentes para celebrar o nascimento do sujeito iluminado que veio redimir a humanidade. Criando as mais variadas opções doutrinárias e filosóficas, aí é só escolher a sua e ser feliz.


Portanto, sendo o Natal uma festa muito antiga, derivada até mesmo de outras comemorações pagãs mais antigas ainda, ela junta muitos símbolos e costumes que fazem até um certo sentido: presépios, pinheiros decorados com estrelas e fitas, girlandas, ovos decorados, panetone, peru, rabanada, etc. Até aí tudo bem, a gente tem costume de criar comida diferente e penduricalhos pra várias outras festas tradicionais, mas me expliquem de onde saiu a idéia de colocar um velho barbudo que roda o mundo num trenó voador, puxado por renas voadoras distribuindo presentes numa celebração religiosa?

Para os mais ‘devagares’ o velhinho em questão é o Papai Noel. A figura de Noel foi inspirada num sujeito que existiu de verdade, ele era o Arcebispo de Mirra, uma cidade na Turquia, atual Demre e era conhecido como Nicolau de Mirra. Dizem que Nicolau tinha o costume de anonimamente ajudar pessoas necessitadas, colocando um saco com ouro nas chaminés de suas casas. Depois que ele morreu, alguns milagres lhe foram atribuídos e ele se transformou no famoso São Nicolau.

Um fato importante para a criação do mito do Papai Noel como conhecemos hoje, veio com o poema “Uma Visita de São Nicolau” escrito em 1822 pelo professor norte-americano Clemente Clark Moore, para seus seis filhos. No poema ele dizia tudo sobre as renas voadoras Corredora, Dançarina, Empinadora, Raposa, Cometa, Cupido, Trovão e Relâmpago. Rudolph, ou Rodolfo, a rena de nariz vermelho entrou para o grupo mais tarde, por ter um nariz vermelho e brilhante que ajudava na navegação pelas noites. O poema também falava sobre as chaminés, os presentes e tudo mais.

Já o visual do bom velhinho veio da cachola de Thomas Nast, um cartunista alemão, considerado o pai da charge política. Foi ele que, em 1886, desenhou o São Nicolau para uma revista Norte-Americana especializada em política, a Harper’s Weeklys. Aí sugiram as roupas de inverno do velhinho, que na época, quando coloridas, eram marrons ou verdes.

Esse é o São Nicolau com cara de garoto maroto de Thomas Nast.

Ué, mas a roupa não é vermelha? Então, houve um tempo no qual Nicolau flertou com o líquido negro do capitalismo em troca de uma roupa nova. Foi em 1931, quando a Coca-Cola Company resolve usar o personagem de Thomas Nast como garoto propaganda para sua campanha de natal daquele ano. Nada mais justo e divertido do que vestir o velhinho com as cores da empresa. Pronto, estava criado assim o figurino branco e vermelho para o “Velho Santa”. Considerando a atuação mundial da Coca-Cola, não demorou muito para que a imagem inevitável do Papai Noel, um velhinho simpático em vermelho e branco se espalhasse rapidamente pelo mundo.

Esse é o Papai Noel, ainda fazendo marotagens, com as cores da Coca-Cola.

O Natal é uma celebração mundial de enorme importância. Mesmo sendo uma criação cristã-ocidental, ele já mostra suas cores e efeitos no mundo todo. Por motivos comerciais ou aderindo à festa religiosa, existem paises não cristãos que também se enfeitam, entram no espírito natalino e imprimem sua marca regional neste evento milenar. E agora que a gente já conhece um pouquinho mais sobre o Natal e alguns de seus símbolos (que são muitos), podemos esquecer disso tudo e aproveitar a data pra fazer o que não fizemos durante todo o ano: espalhar paz, amor e concórdia pelo mundo, ou ao menos entre os que a gente ama. E não deixem de aproveitar a festa. Um Feliz Natal a todos!

2 comentários:

Ana Cláudia disse...

afe... to aproveitando pra caralho...¬¬
qual link pimpones?
beijins e boa festa!!!

Fernando Livoni disse...

então!!!!!!!!
é natal!!!!!
feliz natal!!!não faça o mal