sexta-feira, 12 de agosto de 2016

Quando o nome não importa

E se eu estiver errado? E se não existir nada disso em que acredito: Deus, Reencarnação, um sentido e um motivo pra tudo? E se for apenas o acaso, uma confluência de fatores aleatórios? É o que às vezes me perguntam e que, por exercício filosófico, também me pergunto de tempos em tempos.

Desde sempre tenta-se provar a existência de Deus. Vejo, semanalmente, circulando pela internet, várias matérias, estudos científicos ou não, sobre esse tema. Alguns comprovam a existência, outros comprovam a inexistência e, outros tantos, são inconclusivos. São, mesmo, desnecessários.

Então vamos, por exercício, imaginar um Universo sem Deus, sem causa e sem objetivo. Um universo cujas relações sejam resultado de encontros e desencontros, equilíbrio e desequilíbrio ao acaso, onde as questões materiais são as únicas existentes.

Sabemos ser, o Universo, extremamente equilibrado, e isso científico. Já vi estudos dizendo que se houvesse uma diferença milimétrica no coeficiente de atração gravitacional – ou seja, na força que atrai e mantém nossas as moléculas unidas –, tanto pra mais quanto pra menos, tudo entraria em colapso e nenhum tipo do que chamamos de "matéria" conseguiria existir.

Portanto, equilíbrio me parece ser a palavra chave do Universo. E esse equilíbrio milimétrico pode ser observado em tudo. Na natureza, em tudo o que nos cerca, todos os minerais, fauna e flora se equilibram e se complementam na exata necessidade e possibilidade de cada um. Não vemos animais irem à caça sem fome, e se atacam é por necessidade imperiosa de manter-se vivo, jamais por esporte ou diversão. Uma árvore nunca acumula seus frutos só para si, pelo contrário! Ela oferece, além do alimento, abrigo, até mesmo praqueles que a destroem, como insetos ou humanos.

Notamos, então, que tudo o que existe se sustenta entre si e, se houvesse Deus no Universo que analisamos, diríamos que tudo se conecta de uma forma inteligente. Mas, inteligência depende de algum tipo de ente para se manifestar e, não o havendo este ente, chamaremos essa relação de dinâmica e equilibrada. 

Também sabemos que todo desequilíbrio nessa equação universal vem de um único fator: a ação humana. Nós, desavisados de que somos parte desse sistema, agimos como desconectados dele, criando desequilíbrios naturais e climáticos, pragas, epidemias e outras coisas do gênero e que nos trazem sofrimento. Ora, se somos parte do sistema, feitos da mesma matéria, através das mesmas "leis da física", o que nos permitiria agir sem considerar tais "leis"?

Matamos e nos alimentamos acima da necessidade; acumulamos nossos frutos até que nossos galhos se quebrarem; ingerimos veneno diariamente; vivemos a primavera durante inverno, o dia durante a noite, a vida na morte, a morte na vida. E nos achamos no direito de reclamar da dor, único resultado possível da nossa inconsequência.

Atração, caridade, progresso e amor são algumas das várias regras evidentes na natureza e a simples lógica sugere respeitá-las, independente do que as tenha definido, seja o acaso, o caos, o cosmo, a natureza ou, até mesmo, Deus.

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