sábado, 24 de abril de 2010

2ª Tour Fora do Eixo : Nordeste [Capítulo IV]

Recife, Pernambuco : Abril Pro Rock



O sol do dia 17 de abril, um sábado, já estava nascendo quando deixamos João Pessoa (e isso sempre me dói no coração), pregados do show da noite. A única opção era fazer o milagre de dormir na van, que dessa vez aconteceu fácil. Apaguei.

Fora uns breves relances da já conhecida estrada entre João Pessoa e Recife, me lembro apenas de estar chegando no Centro de Convenções do Recife, local onde seria realizado o Festival Abril Pro Rock 2010, perto das 10 da manhã. Nos disseram que a passagem de som estava atrasada, então aproveitamos a brecha para ir até o hotel filar um café da manhã, fazer o check in e aguardar ordens para o novo horário de passagem de som. A cama da vez foi no confortável quarto com ar condicionado do Hotel "Cult!". Nome supimpa, né? Também liberamos o Seu Moura, nosso admirável motorista bilíngue, que já cruzou o USA, de New Jersey até Los Angeles de caminhão, prum dia de folga, já que o traslado "Hotel-Abril Pro Rock" seria feito por vans da produção do evento.

O Abril Pro Rock é um dos maiores festivais de música do Brasil, e já foi o palco onde foram descobertos Los Hermanos, Mundo Livre S/A, Chico Science e Nação Zumbi... além de atrações internacionais como o Motorhead ou o Heavy Trash. E isso é só o que eu tenho na minha péssima memória.

Mas não deu 20 minutos de soneca que já nos ligaram para passar o som. Corremos pro Centro de Eventos e... por motivos de tempo (ausência dele) não passamos nada. Mas isso não trariam problemas, somos um trio e a coisa é fácil de regular quando se tem uma boa equipe no som (ainda bem!). Chegamos no hotel já eram quase meio dia e o almoço estava pra acontecer. Bom, antes de dormir até as 18h, bom filar uma bóia do hotel! Aguardamos.

Quando olho pra porta do hotel, vejo o Malab, a Fernanda, o John, o Ricardo, o Gaguinho, o Carlos... era o Pato Fu e sua equipe (o Xande chegaria perto da hora do show deles, mais à noite). Que alegria foi reencontrar esse pessoal, talvez a banda que mais encontrei durante minhas viagens. E eles nunca se esquecem de Umuarama e os dias festivos que passaram por lá, ciceroneados por uma antiga banda que eu participava: a Hypnoise.

O almoço atrasou pra sair e só conseguimos comer perto da uma da tarde. Feijoada, mermão! Eu, o Jão e o Chapolla, únicos que toparam a briga (o Ton preferiu dormir e voltar perto do fim do almoço) já estávamos retardados, falando bobagem e quase quebrando as coisas do restaurante do hotel. Coisa fina! E a feijoada caiu muito tem - como não podia deixar de ser - deixando com a gente apenas a opção de desmontar na cama, o que foi feito sem esforço algum.

Do jeito que deitei, acordei. Já eram 18h. Rumamos par o Centro de Convenções. Nossos compadres do Mini Box Lunar iriam tocar as 19h, mas não conseguimos chegar à tempo de vê-los. Mesmo tendo o cronograma atrasado uma hora, ao chegarmos no festival, eles haviam acabado de tocar. Uma pena, uma pena das grandes; das de avestruz, ou melhor, das de rabo de pavão gigante.


Mini Box Lunar no Palco. Chêi di Luz!

Mas foi feliz ver uma das portas do backstage sinalizada com "Camarim Nevilton" e poder encontrar umas frutas e quitutes dentro da salinha. Um bom lugar pra dar aquela aquecida na musculatura e tomar um café - fraco, mas válido - afinal, nosso show estava prestes a começar.

Entramos no palco pontualmente as 21h e já havia um público considerável para nos assistir. Muitos amigos feitos durante a passagem anterior por Recife, onde tocamos no Quintal do Lima, estavam lá. A equipe de palco trabalhou bem no auxílio e passagem de som, foi bem fácil de ajeitar o palco. Também tivemos uma ajuda muito bem vinda do Otto (tecladista do Mini Box Lunar), que ficou de apoio no palco e do Iuri Freiberger, que agora mora em Recife, e cuidou do som das P.A's. Me falaram que o som ficou muito bom lá na frente Iuri, obrigado!

É nóis do Abril Pro Rock 2010!

Nossa desenvoltura no show foi bem bonita. No palco, estávamos bem sintonizados e o público percebeu, sintonizou-se com a gente e o que eu vi foram vários sorrisos e gente dançando e cantando com conosco. E o mais legal é que o Jão estava lá com a gente, filmando tudo. Obrigado aos amigos de Recife, de Maceió, de João Pessoa e demais que estavam lá e ajudaram a esquentar o gargarejo alí da platéia.


Ton, Chapolla, Jão Monteiro e Eu. Timão responsa!

Terminamos o show encharcados de suor, mas o camarim, que era rotativo, já não estava mais disponível pra gente. Se eu pudesse sugerir à produção, eu preferiria ficar com o camarim depois do show, afinal é muito mais vantajoso poder trocar a roupa molhada de suor com certa privacidade do que comer um quitute antes de subir ao palco. Na verdade, o melhor mesmo é poder fazer os dois, enfim...

Depois de acompanhar vários shows, dentre eles o do Wado (muito legal), trombamos novamente o Pato Fu no backstage do festival. Aí passamos um tempo no camarim com eles, colocamos as conversas em dia e já entregamos pra eles o nosso EP, o Pressuposto. Acho que eles são as pessoas que mais tem cópias dos trabalhos que participei, desde gravações da Hypnoise, passando pela Superlego e chegando na Nevilton, já os presenteei com cópias de todos. No Backstage também encontramos o Zeca Viana, baterista da Volver, que estava entregando algumas cópias do seu novo trabalho solo.

O pessoal do Mini Box Lunar, que ainda não tinha dormido direito durante o dia, acabou voltando pro hotel mais cedo, em parcelas, mas eu, o Ton, o Chapolla e o Jão, ficamos até o final, pra ver a apresentação do Pato Fu. Eles entraram em cena já era umas 2 da manhã e fizeram um show como sempre é : pra cima, agradável e com o público interagindo completamente com o palco. Quem resiste?

Voltamos para o Hotel na última van da madrugada, às quatro e lá vai cacetada da matina, acompanhados do pessoal da Vendo 147 e das garotas da produção do festival (muito atenciosas, inclusive!). Enquanto usava a internet no hall de entrada do hotel, pude me despedir da "Equipe Pato", ficando combinado um encontro em Belo Horizonte, cidade onde nossa Tour vai terminar oficialmente, num show da Conexão Vivo, dia 25 de Abril.

As cinco da manhã achei melhor me enfiar nos lençóis aconchegantes do hotel Cult, pois iríamos sair para Maceió as 9 da manhã. Lá, o show seria às 18h, à beira mar, no Posto 07. O dia prometia.

Vejam o vídeo do dia aqui ! :D

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