segunda-feira, 25 de abril de 2016

Culturanja : o fim de um ciclo.


Nota de despedida da Culturanja, por Ângela Russi,
publicada na coluna do Aragão Filho.

Neste fim de semana, recebi a notícia de que a Culturanja deixaria de ser publicada no jornal Umuarama Ilustrado, após 9 anos de história. Lembrei me da madrugada em que criamos o conceito Culturanja. Eu, Nevilton e Bruno Peguim, reunidos no saudoso depósito da Papelaria Aquarela, em Umuarama, escrevendo um manifesto para a juventude umuaramense e confabulando sobre formas de fortalecer e divulgar a cultura local, seja ela música, literatura, fotografia, teatro e tudo o mais que aparecer. Nascia daí o selo Culturanja, que arregimentaria tudo e todos que quisessem unir-se a esse processo de fortalecimento da cultura independente e local. Tivemos fanzine, blog, podcast, programa de rádio e página de jornal. E é desta última que falarei.

Ao conseguirmos espaço no jornal de maior circulação da região, o Umuarama Ilustrado, fiquei responsável pelo braço jornalístico do projeto. Iniciado com o nome de Cultura & Arte, foi publicada, pela primeira vez, no dia 18 de maio de 2008. Um ano depois, em 09 de agosto de 2009, resolvemos assumir o nome Culturanja para a página que, desde 2010, ano em que me mudei para São Paulo, se transformou em coluna e foi belamente mantida pela Ângela Russi, sempre aos domingos.

Além da Ângela, muitos amigos também contribuíram com seu talento para manter as coisas funcionando, então também quero agradecer aos Culturangers Nevilton, Bruno Peguim, Caroline Gil, Ane Carolina Pacola, Thiago Calixto, Lisiê Ferré Loti, Jair Junior Monteiro Solin e a todos que também participaram e a memória falha não me permitiu lembrar. Também agradeço ao time do Umuarama Ilustrado: Osmar Nunes (Editor Chefe), Magrão (Diagramador) e Ilídio Coelho Sobrinho (Diretor Geral), pela paciência e carinho dedicados à nossa causa.

Foi uma experiência que mudou minha vida. Pela primeira vez tive a demanda por uma produção contínua de textos e, não poderia ser diferente, viciei-me nessa rotina. Textos jornalísticos, resenhas, poemas e crônicas, de tudo um pouco e, mesmo com os altos e baixos da produtividade a que todos estamos sujeitos, consegui semear e colher bons frutos dessa atividade, como lançar um livro de poemas (outros mais já estão a caminho) e alimentar meu blog, o Lobservando. Enfim, conseguir realizar-me escritor, cronista e poeta graças a esse impulso bem aproveitado.

Sem me esquecer de agradecer a todos os leitores que nos acompanharam, aos domingos, por quase uma década, convidamos todos a continuar conosco. A Ângela Russi continua suas publicações em sua página no facebook; e eu, aqui, no Lobservando e, também, na Gazeta do Iguaçu. Fica a satisfação de saber que uma atitude criativa e firme de alguns caras do interior do Paraná gerou frutos por quase uma década, e muitos foram tocados por isso. Divulgou-se a arte e inspirou-se para a arte. E só podemos e devemos continuar.


Muito obrigado.



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